31 de outubro de 2009

Marioneta de cordas

Olhar em frente e ver o verdadeiro vazio, desejando saber se serei marioneta de cordas na minha mão ou na d'Ele. Na tentativa conseguida de olhar em volta, apenas para os lados, vislumbro aquilo a que chamo vida. São milésimos de segundo, porções microscópicas de tempo que percorro, uma maratona apenas com um fim.
Disseram-me um dia "que a vida é o presente, e que o futuro se constrói com base no passado", mas há também quem diga que o passado é algo fictício, que não existe, simples memórias. A questão é: "o futuro existirá?". Se existe tem base em nós, em alguém, ou apenas no mundo como um grande contador de histórias?
Sou um animal, um ser humano, uma mulher, sou eu. Sendo eu tenho medo, medo do factor não ter certeza de conquistar o que quero. Porque de certo modo queria que o destino fosse pré-destinado, mas por outro tira o valor do sentido vida em mim, pois sei que assim é tirar os lucros em nós da conquista . E eu quero ser conquistadora. Quero olhar para a frente e saber que o que ali for construído fui eu com vida que conquistei. E não olhar em frente e saber que aquilo que quero conquistar já foi conquistado, que aquilo que quero conquistar não vai ser conquistado.

Dualidade de desejos, a grande incógnita. A resposta nunca terei, ou então, na terra onde o nunca existe eu saberei. Não será num dia, mas sim na vida com o nome de morte.

06.06.08

27 de outubro de 2009

notebook

Corro para te ver, é manhã e cheira a torradas com chá. Ganhámos o gosto pelo chá na temporada em Angola. Estava na moda, foi numa daquelas alturas ecológicas onde apareceu o sucessor ao Al Gore. Já lá vai tanto tempo. Foi lá que nos tornámos senhores. Já há muito doutores é verdade, mas lá conhecemos o que era ser homem, senhores de terras, senhores de responsabilidade.
Está-me a vir à memória a nossa pequena desavença, durou 2meses, 5 dias e 16horas. Que teimosia a tua, mas aprendi a lidar com ela como tu lidas com a minha. É algo das poucas coisas que temos em comum. Sempre te disse e te digo tu não me complementas, tu acrescentas-me e esta frase é exclusiva a ti.
Corro para te ver, mas esta corrida há muito que passou a ser uma caminhada, as pernas pesam o tempo da idade. Vejo pela luz que entra que está um dia cheio de sol e de certo vou sentir o orvalho da manhã. A meta atingi mas não te vi. Não estás perto do "café da manhã", mas deixaste uma nota aqui para eu ler amo-te. Também te amo amor. Com a lentidão que me adjectiva, caminhei até à porta que dá acesso ao alpendre. Aqui estás tu, sentado de olhos fechados, com um sorriso nos lábios, a deslumbrar o sol da manhã. Ora estás diferente, aqui já não estás. Espera. Sentei-me a teu lado no banco de baloiço. Espera meu amor, ainda tens de dizer adeus. Sussurro-te ao ouvido foste tu que me ensinaste a palavra amor, Adeus.
Com um dar as mãos gelado e um aconchegar, contemplo a paisagem e sobre o teu ombro descanso a dor da tua perda.







21 de outubro de 2009

Perfect World



Quiçá fechar os olhos e ver. Ver o mundo que quero descobrir e que de olhos abertos parece tão impossível. Penetrar neste meu mundo de solidão, onde solidão é só uma palavra anexada, sem sentido na realidade que quero viver. Ficar na minha.
Ao fechar os olhos quero fazer desaparecer todos vós. Todos vós que ficam aqui no meu coração, importunando a minha paz. Vós que estais sempre aqui tentando deitar-me abaixo.
Quiçá eu feche os olhos e a luz do coração se funda, e vós deixais de ver como eu, e eu fique no meu mundo sem vós. Se conseguir vocês morrem, eu vos venço.
Porquê tanto sufoco? Porque me deixaram eles conhecer-vos? Respondem-me que é para vos vencer, mas a vossa ausência seria já um ganho.
Vou fechar os olhos. Ele se cria cada vez mais belo. Sempre me deram graça pela imaginação e aqui a têm. Pequenos nódulos aparecem tal e qual traças, e por mais trancas que eu coloque no caminho da vossa passagem, vocês entram. Devagar, de mansinho e ali estão vós, penetras até do meu mundo perfeito. Oiço ao longe o segredo da vitória, mas o tempo não me deixa alcançá-la.
Abro os olhos e aqui estão vós, bem abaixo da minha pele, do meu seio, no toque-toque do meu coração.
Conformismo é uma palavra que não entendia e que hoje continua na incompreensão. Até logo é o que digo ao ganho sobre vós.
Neste instante a minha expressão está tão deliciosa que vos consigo por medo, não é medos?

P vs L. not

Paixão ou liberdade? A escolha é bem simples. Eu escolho as duas. Só cá entre nós, eu sou apaixonada pela vida e vivo-a com liberdade. Podes dizer que o sentido da escolha é diferente, até pode ser, no entanto para sempre vou ver assim esta escolha. Agora podes insistir na outra vertente da escolha e eu faço-te o favor, respondo. Escolho as duas. Não te rias, estou a falar a sério. Paixão sobre alguém é das maiores liberdades do coração. E tu dizes "estás enganada" e eu digo "não, não estou". Afinal a paixão é a primeira volta na fechadura do amor. Assim ele encontra aquilo que sempre procurou. E o que o meu coração mais procura é a liberdade. Mas agora não procures a definição de liberdade no dicionário, esta liberdade que te falo tem designação própria no meu vocábulo.
Já agora qual das duas escolhes? Estou curiosa.

19 de outubro de 2009

c.k.


I'm a celebrate life with a suicide girl

16 de outubro de 2009

recordar é viver

Grandes são as voltas da vida. Ainda ontem estavam aqui e hoje só são miragem na minha visão. Os sons da terra ficavam lá atrás, num workshop de percussão e as nossas risadas eram a minha maior sensação. Recordo-te por detrás da objectiva, tu eras o centro do foco. O teu sorriso ficou no negativo do rolo que está para revelar. Recordo tudo a preto e branco, sinto saudade é verdade, mas por nunca ser, a minha alma pega a tristeza do fado. A recordar só expresso um olhar parado no tempo, um olhar que brilha mas não chora, um olhar que está ali pronto a ser desviado da calçada do chão, que pisávamos todos juntos com amizade.
É ele quem me chama, vocês se foram. Não são mais que segundos já, do meu pensamento anterior. O meu olhar agora é de quem vê, uma vida boa, feliz, e completa. Não vos tenho, mas vocês estiveram cá e foram vocês que a fizeram ficar cheia. Penso-vos bem.

15 de outubro de 2009

see music

Esta é uma boa espreitadela...





12 de outubro de 2009

trip

Dado a conhecer pelo Vidini



Neil Krug, uma só palavra fascinante



"quem me dera cair nessa foto e ficar lá"


10 de outubro de 2009

09.10.09


LINDA
.......................Martini



7 de outubro de 2009

union

No complexo do mundo, todos nós estamos conectados de alguma forma.




3 de outubro de 2009

só nós dois

Fomos os dois lado a lado a conversar. Sentámo-nos num lugar qualquer, lembro-me bem. Por instantes ela ficou longe de mim mas voltou. Regressou sem um sorriso, aconcheguei-lhe o rosto e ela chorou. Soltou um vómito de palavras, com toda a força e entranhas de um. O ritmo do seu sofrimento aumentava mas os seus lábios demonstravam pouco e pouco alivio. Eu dava tudo para que ela não estivesse que estar assim, só me apetecia abraçá-la, dizer-lhe tudo o que ela merecia ouvir, mas não era o momento. Ela seria quem decidiria o futuro a partir dali. Foi ela que afirmou "neste preciso momento tudo se extinguiu, de vez" e nesse mesmo instante ela parou de soluçar, parou de fungar, e soltou uma gargalhada "a vida prega partidas, só tenho que me rir com ela". Com um abraço e um beijo infinito no rosto, ela decidiu o amanhã no agora. O meu coração despoletou. O destino da nossa história fica a cargo dele mesmo.