3 de outubro de 2009

só nós dois

Fomos os dois lado a lado a conversar. Sentámo-nos num lugar qualquer, lembro-me bem. Por instantes ela ficou longe de mim mas voltou. Regressou sem um sorriso, aconcheguei-lhe o rosto e ela chorou. Soltou um vómito de palavras, com toda a força e entranhas de um. O ritmo do seu sofrimento aumentava mas os seus lábios demonstravam pouco e pouco alivio. Eu dava tudo para que ela não estivesse que estar assim, só me apetecia abraçá-la, dizer-lhe tudo o que ela merecia ouvir, mas não era o momento. Ela seria quem decidiria o futuro a partir dali. Foi ela que afirmou "neste preciso momento tudo se extinguiu, de vez" e nesse mesmo instante ela parou de soluçar, parou de fungar, e soltou uma gargalhada "a vida prega partidas, só tenho que me rir com ela". Com um abraço e um beijo infinito no rosto, ela decidiu o amanhã no agora. O meu coração despoletou. O destino da nossa história fica a cargo dele mesmo.


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