8 de novembro de 2009

rascunho

Uma lástima de dia. Não por contradições de tempo, não por chover em vez do sol brilhar. Uma lástima apenas pelo meu mood que está uma lastima. Está tal e qual o meu dia. Um caracteriza o outro. Sentada a ouvir o jazz, sinto todo o meu corpo a entrar numa história que não esta que vos conto. Sinto-me a andar, passo a passo através de estranhos que olham, que me admiram, que me vislumbram, tal qual os seus olhos fossem o ar em redor, caminho. A música deixa-me caída no sofá que contorna a mesa que apoia o copo de martini. Sinto-me a Cruella de Vil, mas com uma maior doçura no coração. Já peço o quarto e nada de novo. O mesmo ar respiro de forma leve, simples e sem piada. O meu ritmo cardíaco é de um coma, só preciso é de mais uns quantos para esse meu estado clínico se confirmar. Já nem postura tenho, a banda continua a tocar. A sala está mais vazia. Sinto a presença de uns passos que se fazem sentir no meu ouvido esquerdo, o outro está apoiado na minha mão. Estes seres conquistadores boémios fazem-me largar sempre um sorriso penoso e sarcástico. Vejo os seus lábios moverem-se mas apenas me oiço a mim e ao som do baixo lá adiante. O bocejar diz-me para casa regressar. As minhas pernas já não passeiam, apoiam-se nestes red shoes de salto alto Gucci, eles que caminhem. Fazendo uso do push na porta empurro-a, a brisa lá de fora levanta-me a pestana e desperto desta história que não esta que vos conto. O meu dia está uma lástima, tomo um Niravam que o capicua com letras já se foi. Adormeço com a semelhante sintonia de uma pedra atirada ao rio. Até amanhã.

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