25 de janeiro de 2010

umbeijo

E assim caiu no chão o copo que entornei. Foi o momento do silêncio que me fez pensar que faço aqui. Que destino é este que vejo e não quero sentir. As minhas pernas correram e eu fugi. Fugi para longe do mal que via em todo a minha vida. Como um rasgo de asas sobre um céu limpo, coberto de estrelas voei. As pernas largaram o chão e voei, mais alto que antes. A brisa alegrou o meu pensamento e não senti mais medo. Livrara-me para sempre daquilo, mas foi uma escolha injusta. Tive que deixar todos os que amava, todos os que adorava, todos os que gostava, todos aqueles que naquele medo me faziam sentir pelo menos feliz. Sim fui feliz. No agora sei que devia ter parado quando vi as luzes daquele carro. O casaco vermelho que segurava e que me aquecia em noites frias de Verão ficou no chão, coberto com todo o vermelho que me dava vida até então. Neste céu onde voo, sinto tudo de bom, no entanto nada é semelhante a vós por perto. Observo-vos sem medo, quem me dera poder-vos retirar esse sorriso falso com toda a certeza que hoje sei. Perdoem-me se não fui brava, se me faltou as forças no instante em que estava assustada. Perdoem-me se a intenção foi boa no revés má, de boas intenções está o inferno cheio dizem, eu simplesmente voo no paraíso.
Um coração cheio de esperança é o que vos entrego com este vento que vos levo.

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