20 de abril de 2010

excerto1

Um dia vou ter tudo o que quero e desejar por mais. Sou um puzzle que começa pela peça do meio e não pelos cantos. Os cantos serão a ultima aresta do sem forma das cento e muitas peças que terei para encaixar. Cento e muitas ou muitas mais. Sou sincera com o que sinto, mas nem sei bem o que sinto. Está tudo tão aborrecido. Tenho-me comparado com a rapariga de há um ano atrás e pergunto-lhe se era feliz, ela responde que sim, mas o estranho é que tal felicidade hoje era um não sentido. Não era razão de me fazer feliz. Hoje não sei o que me faz feliz. Estou cansada e não o quero estar. Pensei que crescer fosse bom, ter consciência e poder seria bom. Está-se a revelar um verdadeiro engano. Apetecia-me de punho fechado elevar o dedo do meio, apontar para tudo o que disse e que tudo mudasse. Estou cansada deste termo a que chegou o que sou. No entanto tenho pirilampos que não me deixam ficar no escuro. São esses que me têm dado brilho. Também os chamo de anjos, só que não voam. Não é bem verdade, mas deixa. Um dia quero ser parte d'hoje e muito do que vem. Quero guardar a outra parte do que sou num canto que me lembre do quanto sou forte, mas que não me deixe ser rancorosa. Quero que esse dia seja o amanhã.

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