21 de outubro de 2009

Perfect World



Quiçá fechar os olhos e ver. Ver o mundo que quero descobrir e que de olhos abertos parece tão impossível. Penetrar neste meu mundo de solidão, onde solidão é só uma palavra anexada, sem sentido na realidade que quero viver. Ficar na minha.
Ao fechar os olhos quero fazer desaparecer todos vós. Todos vós que ficam aqui no meu coração, importunando a minha paz. Vós que estais sempre aqui tentando deitar-me abaixo.
Quiçá eu feche os olhos e a luz do coração se funda, e vós deixais de ver como eu, e eu fique no meu mundo sem vós. Se conseguir vocês morrem, eu vos venço.
Porquê tanto sufoco? Porque me deixaram eles conhecer-vos? Respondem-me que é para vos vencer, mas a vossa ausência seria já um ganho.
Vou fechar os olhos. Ele se cria cada vez mais belo. Sempre me deram graça pela imaginação e aqui a têm. Pequenos nódulos aparecem tal e qual traças, e por mais trancas que eu coloque no caminho da vossa passagem, vocês entram. Devagar, de mansinho e ali estão vós, penetras até do meu mundo perfeito. Oiço ao longe o segredo da vitória, mas o tempo não me deixa alcançá-la.
Abro os olhos e aqui estão vós, bem abaixo da minha pele, do meu seio, no toque-toque do meu coração.
Conformismo é uma palavra que não entendia e que hoje continua na incompreensão. Até logo é o que digo ao ganho sobre vós.
Neste instante a minha expressão está tão deliciosa que vos consigo por medo, não é medos?

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