11 de dezembro de 2009

ida sem regresso

E se não conseguires, Se não conseguir, não terei perdido mais que os passos para lá e para cá, e as palavras que lhe disser, respondeu ela (…) Melhor louca que medrosa (…) Sim tinha medo, medo de falhar, medo de não ter palavras suficientes para convencer (...)

Caim


Eu nem te consigo olhar nos olhos. É uma sensação que me extasia o corpo, vem bem cá de dentro e que me deixa cansado. Cansa-me o pensamento e o próprio cerne do ser. Tenho medo de não ser corajoso, querias uma maior incerteza? Não há fórmulas que me ajudem, nem derivadas que tenham a solução do mais ou menos. O passo é seguro por uma corda, no instante em que ia tropeçar, cair. Antes cair e ficar certo, a ficar como fiquei. No mesmo meio de fluidez sem muito por onde crescer.

Já não há preocupações que me apoquentem, são banalizadas diariamente, no momento em que outras aparecem. Disseste-me ontem que podia ganhar um grande sim. Cada letra desta palavra ganhou tamanho consciência na minha mente que fiquei pequeno, enterrado, quase a sufocar, por isso agora morri, o ar acabou e estou morto. A minha cova é a dúvida, a terra que me cobre todo o remexido e mexido de vivencia que não aconteceu. É o impasse, por mais que estique a perna ele não me deixa ultrapassá-lo, impasse, impasse, impasse. Foi anteontem, ontem, hoje, amanhã e depois. Fica, permanece e não vai.

Este ano só pedi ao Santa um único presente de Natal e não foi a paz no mundo, porque essa muitos já pediram, pedi a paz na minha cogitação, subordinada a si.




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