4 de fevereiro de 2010

a Deus

Adeus é uma palavra bonita, mas não a gosto de pronunciar, nem pouco mais ou menos a escutar e ainda menos a sentir.

Uma palavra que me faz sentir o coração gelado, que me faz sentir apenas os olhos esmorecer com o cair do olhar ou o virar das costas, ou o para sempre. Eu nunca queria ter de dizer adeus ao amor, nem àqueles que mo fazem sentir. Sobretudo a estes últimos. É bom saber que pelo menos amei e os amei, que me amaram e quiseram-me amar. É bom sentir o adeus como forma certa de que houve amor, uma certeza ambígua. É um aperto, o adeus.

E se por prilipimpim o adeus não existisse, se fosse um até daqui a um instante de tempo tão pouco, que vivido, só me lembraria de novo de viver estando outra vez contigo. Sim, é bom saber que o meu adeus também pode ser este. Assim mesmo não gosto muito dele, por mais belo que no português e nas línguas do mundo inteiro o seja. O adeus é uma incógnita, separada por duas barras horizontais, uma sobre a outra, de um segundo termo, neste vem um mergulho no mar, sem volta, sem nunca mais provar o sol nem o ar, da esfera armilar por onde caminhamos a dizer adeus, um dia e outro. Até.

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