25 de fevereiro de 2010

ditado

"Pousaste para mim numa fotografia, foi a primeira vez de muito tempo que me olhaste de frente, de perfil e com um sorriso. Sentia falta deste teu eu, aquele que ficava comigo de mão dada a conversar. Dávamos as mãos porque gostávamos, não por obrigação, nem por um cliché de namorados. Não choveu nessa noite e tu bebeste vinho tinto, eu tinto com fruta. E demos um brinde, não com os copos mas com a alegria que os outros connosco partilhavam. Guardo agora comigo esse momento, está em formato digital. Longe de tudo o que é normal, numa pasta sem relevo. Lá estás tu a sorrir para mim, de copo na mão. Assim fico eu fantasiando com o dia em que te marquei, com o dia que ficou marcado lá longe no calendário. Só não entendo uma coisa, e que me faz imensa confusão. Porque me roubaste tu o coração? Porque me iludiste com tamanha sensação? Porque foste egoísta e não ganhaste coragem? Porque foste cobarde e desististe? Porque é que nunca mais me quiseste dar a mão? Porque tentei eu te dar a mão e tu a escondeste?(...)Porque fiquei eu à espera?(...)Porque tenho eu de fazer todas estas perguntas? Porque não tenho nenhuma resposta para elas? Porque é que existe o porque e não o ponto final, ou mesmo o de exclamação? Porque tenho eu de me perguntar quando irás tu responder? Porque é que eu não sou tua, nem tu és meu? Porque sinto eu inspiração quando penso em ti, se tu não me dás nada senão a solidão com o meu pensamento? Porque é que este pensamento me consome, a mim e ao meu coração? Coração esse que tens tu na tua mão. Pergunto-me se não o sentes. O mais espectacular é que está tudo à distância de uma pulsação."

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